Uma das maiores dúvidas dos columbófilos é conseguir definir quantos pombos colocar no seu pombal, ou quantos pombos podem caber nele. Mesmo que se façam ampliações, na expectativa de incluir mais alguns pombinhos, invariavelmente ultrapassamos a capacidade máxima do viveiro, pois sempre aparece mais um filhote aqui, um ovo do seu craque que você não quer desperdiçar, um pombo que havia desaparecido, volta depois de você fechar o plantel. Não tem jeito, quem cria pombos de corrida sabe que a incerteza reina o ano inteiro e por conta dela andamos sempre abarrotados de pombos, o que não é bom.
Fazemos isso também porque já consideramos que podemos perder alguns logo no início da temporada, e as coisas depois vão se equilibrar, não é mesmo?
Só que isto pode trazer consequências graves, pois é no verão que a lotação costuma estar no limite, justamente o período mais crítico, quando a incidência de doenças tende a ser maior e os pombos estão em plena fase de muda.
Se o pombal estiver superlotado, uma série de doenças oportunistas podem aparecer, dificultando os pombos a alcançarem a forma, fazendo com que comecem o campeonato com baixo rendimento, e cá entre nós, começar o campeonato com uma pontuação muito baixa para depois ter que correr atrás, torcendo pelo erro dos outros é desanimador, para não dizer que muitas vezes é frustrante, ainda mais com o nível que andam os columbófilos hoje em dia, é praticamente dizer adeus ao campeonato geral. Você pode até dizer que ainda tem o Meio-Fundo e Fundo para compensar e continuar lutando, mas estas fases do campeonato ficam ainda mais difíceis para quem não começou bem, principalmente se as doenças ou a medicação aplicada afetaram o desenvolvimento das penas.
Mas vamos ao que interessa, segundo estudos realizados na Europa a lotação máxima do pombal não poderia ultrapassar 3 ou 4 pombos por m³, mas nós sabemos, e temos visto, inúmeros criadores por aqui que chegam a 6 ou 7 pombos por m³ sem enfrentar problema algum, mas então o que acontece. Primeiro devemos lembrar que o clima da Europa é bem diferente do clima tropical do Brasil. Aqui na América do Sul, somente o clima de algumas regiões da Argentina e do Chile podem se comparar com a Europa. Depois que o campeonato aqui é disputado no inverno, quando as temperaturas são mais amenas e o calor não é tão intenso, diferente da Europa, onde o campeonato é disputado no verão, justamente para fugir do inverno rigoroso que a região costuma enfrentar, só estes fatores já fazem toda a diferença, invertendo os parâmetros de análise com relação a estação do ano em que o pombal está com a sua lotação máxima, que são os meses que antecedem o início do campeonato.
Como podemos ver, inúmeros fatores contribuem para determinar o número de pombos que podem ocupar um pombal mantendo sua saúde em perfeito estado, sendo que muitas delas são difíceis de medir, por conta da dificuldade em conseguir equipamentos capazes de calcular com precisão cada uma destas variáveis, além de que estes parâmetros mudam de acordo com as estações do ano. Então pela dificuldade e complexidade na definição da quantidade máxima de pombos que cada pombal suporta, sugiro que comece com uma quantidade média, que para o nosso caso seria de 5 pombos por m³, sendo assim nos exemplos dos modelos de pombais sugeridos você poderia inserir 23 pombos no modelo de pombal em Madeirite e 50 pombos no modelo 2, a partir deste ponto para você inserir mais alguns pombos, observe as fezes dos pombos, enquanto elas estiverem bem firmes, quase como uma boleba de gude, apresentando um leve cheiro adocicado você ainda poderá acrescentar mais alguns pombos, porém quando começarem a ficar moles, sem forma, apresentando um cheiro azedo e/ou os pombos começarem a apresentar ranho e/ou coriza, o pombal passou do seu limite, anote este número e jamais ultrapasse este limite, só assim conseguirá manter a forma e a saúde dos pombos por períodos mais prolongados.
Se você construiu seu pombal a partir dos critérios de orientação dos ventos e do sol, com paredes que mantenham a estabilidade da temperatura interna e produziu um sistema de ventilação eficiente, provavelmente não terá problema algum em colocar até 7 pombos por m³ no seu pombal.
Uma outra estratégia seria ter um pombal de “stand by”, para ser utilizado apenas nos períodos em que a lotação é crítica, permanecendo vazio, ou com outra utilização que não comprometa o bem estar dos pombos no geral.
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil
Deixe uma resposta